OSWALD MANUEL ARNOLD GOTTFRIED SPENGLER
(Blankenburg,1880- Munique,1936)
Oswald Spengler nasceu em 1880, em Blankenburg, na Alemanha central. Foi sempre um filósofo relativamente ‘marginalizado’ pelo sistema tradicional ,em parte devido ao carácter pouco ‘racionalista e progressista’ da sua reflexão. Na verdade, Spengler segue uma linha nitidamente ‘pessimista’ e descrente com as maravilhas de uma civilização técnica e instrumental (e, já agora, financeira!). Considerado o ‘filósofo da decadência’, Spengler dicotomiza, numa base fisiognómica (intuitiva), duas ordens de realidades: a física, de um mundo já feito, e a vida, de um mundo actuante.
Frequentou as universidades de Munique, Berlim e Halle, onde estudou matemática e ciências naturais, onde Goethe teve um papel fundamental no amadurecimento das suas ideias. A sua formação permitiu-lhe ensinar matemática em diversas escolas secundárias, especialmente em Hamburgo. Abandonou o exercício do professorado em 1911, ano em que já estavam desenvolvidas muitas das principais ideias que deram origem à sua opus magna – A Decadência do Ocidente.
Durante a Primeira Guerra Mundial abranda a sua elaboração, fazendo coincidir intencionalmente a publicação do primeiro volume, em 1918, com a hora da derrota militar da Alemanha e do seu surpreendente colapso industrial. O segundo volume só é editado em 1922. A partir desta altura e até à data da sua morte, em 1936, escreveu outros livros de menor dimensão e panfletos sobre temas políticos e sociais, tendo-se comprometido também esporadicamente com algumas actividades políticas. No intervalo de quatro anos que mediou a aparecimento das duas partes de A Decadência do Ocidente, Spengler passou de um anónimo professor de matemática para o estatuto de um dos pensadores mais conhecidos do mundo ocidental.
De acordo com Spengler, na cultura do Ocidente, por volta do século X depois de Cristo, a desvinculação com a natureza começa crescentemente a ser levada ao ponto de o ser humano vir a arrebatar-lhe a prerrogativa da criação. Este percurso inexorável, que representa uma quebra de continuidade com as fases anteriores do pensamento, da matemática, da metafísica e da tecnologia, foi possível porque o domínio da natureza foi permitido ao homem pela própria natureza, quando o brindou não apenas com a superioridade mental, mas com a mão.
Distinguindo o conceito de cultura do de civilização – o primeiro representando os valores constitutivos de uma identidade nacional e o segundo a fase decadente de uma cultura – e identificando a civilização com a tecnologia, a visão cataclísmica de Spengler contém, no entanto, um inesperado ‘paradoxo optimista’, pois conduz a crer que a tecnologia pode prosseguir mesmo quando já pereceu o interesse pelos princípios da cultura…
SPENGLER AND ‘THE DECLINE OF THE WEST’
Oswald Manuel Arnold Gottfried Spengler (1880 –1936) wrote his best knowned book, The Decline of the West (Der Untergang des Abendlandes), published in 1918, which puts forth a cyclical theory of the rise and decline of civilizations . He developped a ciclic theory of cultures and civilizations, with a radical critic of the idea of progress, tended to determine morfologically the structure of the actual time, will take place from 1800 what will be projected till 2000/2200. In 1931, he published Man and Technics, which warned against the dangers of technology and industrialism to culture, on a strong pessimistic view.
The perspectives of the historic decline of the Western Civilization, made by Spengler, are too much evident nowadays, and there are many symptoms of the organic degenerescence of the western culture. Life, nuclear word underlying the idea of the pos-Modernity, which caracterizes a new physiognomy of the modern western societies, was marked with failure and rupture of the big utopies, developing a new individualistic culture, based on ‘present’. The present time is named hypermodernity, and it’s dominated by a democrat system which privileges individual autonomy, consumptionism and hedonism. Spengler asserts that democracy is simply the political weapon of money , and the media is the means through which money operates a democratic political system.
The thorough penetration of money’s power throughout a society is yet another marker of the shift from Culture to Civilization. For Spengler, Civilisation is what a culture becomes once its creative impulses wane and the critical impulse gains ascendancy. Culture is the becoming, Civilisation is the thing become. According Spengler, we live in Winter stage of culture, where coming fissure in the world-urban civilization is coming, dominated by exhaustion of mental organization strength and irreligiousness rises.
Obras fundamentais
- La Decadencia de Occidente – bosquejo de una morfologia de la Historia Universal (tomos I e II), Editorial Espasa Calpe S.A. Col. Austral – Ciencias y Humanidades, edição traduzida do original ‘Der Untergangdes Abendlandes’ (1918), por Manuel G.Morente, Madrid, 5ª edición, 2009.
- O Homem e a Técnica, Guimarães Editores, Colecção Filosofia & Ensaios, tradução do original ‘Der Mensch und die Technik’ (1931), por João Botelho, Lisboa, 1ª edição, 1990, e 2ª edição, 1993.
The Decline of the West (Oswald Spengler)- complete edition
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